Entre 30 de novembro e 11 de dezembro deste ano acontecerá em Paris, França, a 21ª Conferência das Partes (COP-21) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e a 11ª Reunião das Partes no Protocolo de Quioto (MOP-11).

A COP21 busca alcançar um novo acordo internacional sobre o clima, aplicável a todos os países, com o objetivo de manter o aquecimento global abaixo dos 2°C. A UNFCCC foi adotada durante a Cúpula da Terra do Rio de Janeiro, em 1992, e entrou em vigor no dia 21 de março de 1994. Ela foi ratificada por 196 Estados, que constituem as “Partes” para a Convenção.

Esta Convenção-Quadro é uma convenção universal de princípios, reconhecendo a existência de mudanças climáticas antropogênicas – ou seja, de origem humana – e dando os países industrializados a maior parte da responsabilidade para combatê-la.

A Conferência das Partes (COP), constituída por todos os Estados Partes, é o órgão decisório da Convenção. Reúne-se a cada ano em uma sessão global onde as decisões são tomadas para cumprir as metas de combate às mudanças climáticas. As decisões só podem ser tomadas por unanimidade pelos Estados Partes ou por consenso. A COP realizada em Paris será a vigésima primeira, portanto “COP21”.

Entre as metas que devem ser apresentadas pelo Brasil, durante o encontro em Paris, está a redução em 37% das emissões de gases do efeito estufa do país até 2025 e em 43% até 2030. E também a restauração de 12 milhões de hectares de florestas, e a expansão do uso de fontes renováveis (excluída a energia hídrica) em sua matriz energética de 28% para 33%, ambas até 2030.

O Brasil pretende ainda defender o aumento dos recursos destinados anualmente a ações para a mudança do clima, e propor um reforço de US$10 bilhões ao Fundo Verde para o Clima.

Às vésperas da COP21, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) publicou um relatório apontando os impactos que o aquecimento global vai gerar ao Planeta e às crianças. Mais secas, inundações, ondas de calor e outros fenômenos, provocarão mortes e facilitarão a maior incidência de doenças como diarreia, malária e má nutrição. 

Mais de meio bilhão de crianças vive em áreas com alta incidência de inundações e 160 milhões vivem em zonas de secas severas, se tornando vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas. Das 530 milhões de crianças que vivem em áreas suscetíveis a inundações, 300 milhões vivem em países cuja maioria da população é pobre e se sustenta com menos  de 3,10 dólares por dia. Entre as que vivem em áreas em que períodos de seca são frequentes, 50 milhões das crianças estão em países onde mais da metade da população vive na pobreza, informou a agência da ONU.

A agência explica que um círculo vicioso pode ser criado a partir disso, levando em conta que as crianças mais pobres se tornam as mais vulneráveis. “As crianças de hoje são as menos responsáveis pela mudança no clima, mas elas, e suas crianças, serão as que mais viverão com as consequências. E, como acontece frequentemente, comunidades em desvantagem enfrentam a maior ameaça”, afirmou  diretor executivo do UNICEF, Anthony Lake.


Tendo em vista a Conferência de Paris, Lake afirmou que “deixar de agir seria inconcebível. Devemos a nossas crianças – e ao planeta – a adoção de decisões certas na COP21”.

Fonte: ONU