terça-feira, dezembro 06, 2016

Ecotelha
Pesquisadores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) estão desenvolvendo uma "telha sustentável" - também no sentido ambiental.
Ela é feita principalmente com fibras naturais da Amazônia, como a malva e a juta, e com uma argamassa que inclui areia, resíduos de cerâmica e pouco cimento.
Essa composição, segundo o pesquisador João de Almeida Melo Filho, dá mais resistência ao material e pode melhorar a sensação térmica nas residências localizadas nas regiões mais quentes do país.
"Além de ter menos cimento em sua constituição, ela tem também areia, que se torna um material mais barato, além das fibras naturais. A matriz que utiliza o cimento é muito frágil e as fibras naturais é que vão dar a verdadeira resistência a esse material," disse ele.
Isso torna a ecotelha de fibras naturais superior às tradicionais telhas de fibrocimento.
"O conjunto que a gente chama de 'material compósito', vai produzir um material com maior resistência mecânica. E a gente já verificou que tem maior desempenho térmico devido ao uso de resíduos cerâmicos", garantiu João de Almeida.
Renda para comunidades
Para o pesquisador, a ecotelha deverá ter boa aceitação pelos consumidores porque, além de ser mais barata, será parecida com as disponíveis no mercado, facilitando o trabalho de instalação e reposição em reformas.
Além disso, a utilização das fibras naturais para a produção das ecotelhas vai estimular o trabalho de produtores ribeirinhos, agregando renda às famílias e comunidades.
"A gente acredita que, pelo fato de o cultivo dessas fibras ser feito principalmente por comunidades ribeirinhas, a utilização dessas fibras no desenvolvimento de um material de construção e a possibilidade de que seja usado em grande escala vai incentivar essas comunidades a produzir e aumentar sua renda," disse o pesquisador.
Os primeiros protótipos da ecotelha deverão ficar prontos ao longo deste ano. Após essa etapa inicial, será necessário obter financiamento para adquirir o maquinário destinado à produção em larga escala.
Atualmente o projeto recebe o apoio apenas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas, que concede R$ 50 mil para o desenvolvimento de tecnologias inovadoras.


terça-feira, dezembro 06, 2016 por Unknown

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sexta-feira, dezembro 02, 2016


2/12/2016
Millena Grigoleti, Diário da Região
A construção civil, após perder 441 mil empregos em todo o Brasil em um ano e 2.171 em Rio Preto em 2016, espera uma tímida recuperação no nível de atividade do setor em 2017 de 0,5%. Se confirmada, essa elevação virá após uma queda, de 13,4% no Produto Interno Bruto (PIB) nacional do setor entre 2014 e 2016. Embora ainda não se fale em números, o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo de Rio Preto (Sinduscon-SP) espera que esse crescimento seja ainda maior na região Noroeste paulista.
Os dados divulgados nesta quinta-feira, 1, em coletiva de imprensa do Sinduscon-SP, são uma estimativa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e utilizam dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Segundo Germano Hernandes Filho, diretor regional do Sinduscon, o crescimento vai depender da confiança dos investidores que atualmente mesmo tendo recursos não estão depositando-os no Brasil. Ele comenta que com estabilidade há espaço para capital nacional e internacional. "Está todo mundo aguardando para ver como fica. Se o investidor interno não tem essa confiança, imagina o externo", diz.
Ana Maria Castelo, economista-chefe da FGV, aponta que o alívio que o setor projeta para 2017 se deve a fatores como início da agenda de reformas; contratação de 80 mil unidades da faixa 1,5 do Minha Casa Minha Vida entre 2016 e 2017 e mais 70 mil da faixa 1; retomada de 1,6 mil obras de infraestrutura paralisadas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC); avanço do programa de concessões e licitações e melhora da confiança empresarial, que começa a refletir nas decisões de investir a partir do segundo semestre.
Ainda permanecem a redução lenta da taxa de juros, o mercado de trabalho e a renda ainda em queda, a baixa taxa de investimento e o fraco consumo das famílias. A estimativa é que em 2016 a variação acumulada no ano do total de empregos com carteira caia 14,5% no Brasil e 11,6% no Estado de São Paulo.
O balanço do Sinduscon é que neste ano houve melhora na confiança das famílias e empresas, a inflação desacelerou, os custos setoriais se mantiveram abaixo da inflação, a Selic iniciou movimento de queda, houve anúncio da retomada das contratações do Minha Casa Minha Vida e o lançamento do Programa de Parceria de Investimentos (PPI). A taxa básica da economia, a Selic, foi reduzida a 13,75% nesta quarta-feira, 30, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Neste ano, os materiais e equipamentos acumulam taxa de 2,30%, s serviços de 3,67% e a mão de obra de 8,99%. Para Ana Maria, o trabalho mais caro é resultado do aumento do salário mínimo, que repercutiu nas convenções trabalhistas.
Região também amarga
Na região de Rio Preto, que abrange 140 cidades, há 29.770 atualmente empregados com carteira assinada na construção civil. A participação do noroeste no setor estadual é de 4,10%. Em 12 meses houve retração de 6,82% no nível de emprego. As maiores quedas foram apresentadas em obras de instalação (21,7%), serviços de engenharia (14,15%), obras de acabamento (10,44%) e preparação de terreno (10,27%). As únicas que contrataram foram as obras de infraestrutura (3,86%). O setor imobiliário, que perdeu 6,92% de seus empregados, responde por 38% da construção na região. Segundo Germano, essa queda é reflexo da crise que afetou as famílias, que deixaram de comprar imóveis.
Apesar do balanço negativo nos municípios do noroeste, a região foi uma das que menos demitiu no ano. Foram 6,65% vagas a menos - ou seja, menos 2.171 postos na região de Rio Preto. A que mais dispensou pessoas foi a de Santos; apenas a de Presidente Prudente perdeu menos funcionários que a regional de Rio Preto. "Isso, do meu ponto de vista, mostra uma maturidade das pessoas que moram aqui e do setor, dos investidores. Não são eufóricos e também não são depressivos", afirma Germano. De acordo com ele, é mais fácil recuperar o setor nesses casos. 
"Nós vamos ter crescimento melhor do que vai ter no Estado e no Brasil. Não caímos tanto porque também não tínhamos crescido tanto. A gente vem crescendo anualmente de uma maneira equilibrada." A expectativa é que a região cresça mais que o Brasil no próximo ano. "Os loteamentos de Rio Preto estão vendendo. Tem coisa para fazer. Acredito que deva acontecer ainda essa questão da habitação, mas também vejo construções do ponto de vista de logística, como galpões e terminais de carga. Temos visto nesse ano hotéis chegando aqui. Grandes redes de supermercados devem continuar acontecendo", diz Germano.

Em 140 municípios da região, há 29.770 empregos na construção

sexta-feira, dezembro 02, 2016 por Unknown

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