Na região noroeste, em outubro, demissões voltam a superar contratações. No Brasil onda de demissões corta mais de meio milhão de empregos

Mais de meio milhão de empregos foram perdidos na construção civil brasileira  nos últimos 12 meses. O período registra o fechamento de 508,2 mil postos de trabalho de acordo com pesquisa realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego.

Na região noroeste a situação também é crítica. As demissões superam as contratações novamente em outubro com o fechamento de 253 vagas, o que representa queda de 0,83% em relação a setembro. A região conta com 30.156 trabalhadores formalmente registrados na construção civil.
O desemprego no setor também continua em São José do Rio Preto. Pelo quarto mês seguido as demissões foram maiores que as contratações resultando no fechamento de 78 postos de trabalho em outubro, o que equivale a queda de 0,62% em relação ao mês anterior. A cidade emprega 12.553 trabalhadores com carteira assinada.

Catanduva teve novas demissões pelo nono mês seguido. Em outubro foram fechados 49 postos de trabalho, queda de 3,51% em relação a setembro. O número de trabalhadores empregados na cidade caiu para 1.348.

Fernandópolis, que teve mais contratações que demissões em setembro, voltou a registrar dados negativos em outubro. Foram 49 demissões, queda de 5,44% em relação a mês anterior. A cidade tem 852 empregos formais no setor.

Araçatuba teve uma leve diminuição de vagas também. Foram 11 demissões em outubro, o que representa diminuição de 0,31% em relação a setembro. A cidade emprega 3.586 trabalhadores na construção civil.

Birigui também demitiu. Vinte e quatro postos de trabalho foram cortados em outubro, o que representa queda de 2,21%em relação a setembro. Atualmente, 1.064 pessoas tem emprego formal no setor.
Votuporanga e Andradina foram exceções. Em Votuporanga foram abertas 30 novas vagas, o que representa aumento de 1,91% em relação ao mês anterior. É o segundo mês consecutivo de alta na cidade que hoje tem 1.598 empregados formais na construção civil.

Andradina também teve desempenho positivo. Foram criados 29 novos empregos no setor, representando aumento de 4,63% em relação a setembro e elevando para 655 o número de pessoas formalmente contratadas no setor. 

Brasil
No Brasil a construção civil perdeu 508,2 mil postos de trabalho nos últimos 12 meses. Os tristes números foram alcançados em outubro após o corte 55,9 mil vagas pelo setor – queda de 1,82% na comparação com o mês anterior considerando os efeitos sazonais. Desconsiderando efeitos sazonais, o número de vagas fechadas no período é de 46,7 mil. Essa é a 20ª queda consecutiva do indicador e, com isso, o estoque atual de trabalhadores diminuiu para 3,014 milhões.

Diante dos últimos resultados, o SindusCon-SP estima que até o final de 2015 serão cortados 556 mil postos de trabalho no setor. A projeção representa uma queda de 16,8% em relação ao mesmo período de 2014.
Para o presidente do sindicato, José Romeu Ferraz Neto, a queda cada vez mais acentuada do nível de emprego na construção é resultado direto da crise política, que solapou a confiança dos investidores e das famílias e fez a recessão atingir em cheio o setor. “O maior prejudicado pelo fechamento de mais de meio milhão de empregos formais na construção nos últimos 12 meses é o país. Não podemos permitir que esta situação continue indefinidamente", afirmou.
Em outubro, o segmento de infraestrutura apresentou a maior retração (3,18%), em comparação a setembro, seguido pelo segmento de imobiliário (2,02%). No acumulado do ano, o segmento de infraestrutura apresenta a maior queda (14,23%), seguido pelo segmento imobiliário (12,50%).
A deterioração do mercado de trabalho afeta todas as regiões do Brasil, sendo que os piores resultados foram observados no Norte (-4,82%), e no Centro-Oeste (-2,39%). Veja na tabela anexa Emprego na Construção_Brasil.jpg.

Estado de São Paulo
O emprego caiu 1,31% em outubro em relação a setembro, considerando efeitos sazonais, com o corte de 10,4 mil vagas. Desconsiderando a sazonalidade, a queda no período foi de 0,89% (-7 mil vagas). No acumulado ano, a redução do número de empregados no estado foi de 7,50% em relação ao mesmo período de 2014, sendo que novamente área de infraestrutura respondeu pelo pior desempenho (-9,80%). O estoque de trabalhadores caiu para 789 mil.
Em 12 meses, entre as regionais, Presidente Prudente apresentou a maior queda, de 28,06%. Na capital, que responde por 46% do total de empregos no setor, a retração no mesmo comparativo foi de 11,21%. Veja na tabela anexa Emprego na Construção_São Paulo.jpg.

 Fonte: SindusCon-SP