Vinte países e mais de 60 organizações lançaram a Aliança Global para Edifícios e Construção para acelerar e intensificar o potencial do setor na redução de suas emissões e construir uma maior resiliência climática nas cidades e infraestruturas do futuro.  O Brasil é um dos países que integram essa aliança, que tem o objetivo de alinhar os diferentes atores do setor da construção.

A iniciativa foi anunciada pela Agenda de Ação Lima-Paris (LPAA, na sigla em inglês) – uma espécie de fórum de engajamento da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – durante a 21ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 21), em Paris.

Segundo a LPAA, o setor dos edifícios e construção é responsável por 30% das emissões globais de dióxido de carbono (CO2), mas também tem o potencial de evitar cerca de 3,2 gigatoneladas de CO2 até 2050 por meio da integração de políticas e tecnologias hoje disponíveis. “Reduzir a demanda por energia no setor da construção é uma das estratégias mais rentáveis para alcançar reduções significativas de gases de efeito estufa”, informou.

O setor imobiliário representa cerca de 50% da riqueza mundial. Fazer essa mudança, proposta pela aliança, exigirá investimentos adicionais em torno de US$ 220 bilhões até 2020. Isso representa um aumento de quase 50% em relação ao investimento feito em eficiência energética dos edifícios em 2014, mas é menos de 4% do atual investimento anual na atividade de construção mundial. Retornos desse investimento podem chegar a 124% se investimentos em ações políticas e tecnológicas ambiciosas forem feitos agora.

A partir de hoje, 91 países incluíram elementos de compromissos, programas nacionais ou projetos e planos relativos a edificações em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas (INDCs), que é o conjunto de metas de redução de gases de efeito estufa de cada país.

“Enquanto as cidades continuam crescendo e mais de 70% da população mundial vive em áreas urbanas, torna-se crucial para o setor reduzir suas emissões e, literalmente, construir uma maior resiliência às alterações climáticas”, informou a LPAA.

Além do Brasil, integram a aliança: Armênia, Áustria, Camarões, Canadá, Finlândia, França, Alemanha, Indonésia, Japão, México, Marrocos, Noruega, Senegal, Singapura, Suécia, Tunísia, Ucrânia, Emirados Árabes Unidos, Vietnã e Estados Unidos.

Entre as organizações que participam da aliança estão a União Internacional de Arquitetos, que representa, por meio de organizações nacionais, perto de 1,3 milhão de arquitetos em todo o mundo; o World Green Building Council, que representa 27 mil empresas de construção civil e fomenta o mercado de edifícios sustentáveis; a Royal Institution of Chartered Surveyors, que representa 180 mil inspetores de construção em nível mundial; e a Federação Europeia da Indústria da Construção, que representa as empresas do setor de construção por meio de 33 federações nacionais em 29 países.


Fonte: LPPA e Agência Brasil