Recentemente o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) divulgou um estrato do Censo 2010 que, de forma
inédita, investigou o entorno das residências em áreas urbanizadas. Com base
nesse estrato, o IBGE descobriu que mais de 18 milhões de brasileiros vivem em
áreas urbanas com esgoto a céu aberto. Felizmente, essa não é a realidade da
população de Uberlândia, em Minas Gerais. Atualmente, o município conta com
100% de cobertura de água e 99% de cobertura de coleta de esgoto. Do esgoto
coletado, 100% é tratado.
Os atuais índices de coleta e tratamento de
esgotos foram conquistados através de investimentos que vem sendo realizados
desde 2002, quando as tubulações de esgoto chegavam a pouco mais de 30% das
casas. Hoje, explica Epaminondas Honorato, do Departamento de Água e Esgoto de
Uberlândia, apenas algumas chácaras na zona rural do município não estão
conectadas a rede de esgoto. Segundo Honorato, essas chácaras contam com o
sistema de fossa séptica. Ele afirma ainda que já faz parte do plano diretor do
município incluir essas chácaras no sistema de esgotamento sanitário da cidade.
O município conta com um planejamento dos
serviços de saneamento básico até 2060. Esse planejamento prevê, por exemplo,
que até 2060 o município seja capaz de prover água para uma população de até 3
milhões de habitantes. Segundo o Censo 2010, a população atual de Uberlândia é
de 611 mil habitantes. Além de investir na ampliação do sistema de captação de
abastecimento de água, o município de Uberlândia também tem investido no
combate a perda de água. Segundo Honorato, atualmente o índice de perda é de
28%. O município tem investido para diminuir esse índice para a casa dos 20%.
“Estamos atuando na manutenção das redes, no combate as perdas por ligação
clandestina e na substituição de redes mais antigas”, afirma.
Além dos investimentos na cobertura de água, a
prefeitura também tem investido na questão do esgoto. Graças aos investimentos
realizados na construção de grandes emissários, hoje no município não há mis
lançamento de esgoto na área urbana. Segundo Honorato, atualmente o município
também está realizando outro grande investimento na estação de tratamento de esgoto
– na construção de 4 reatores e na reforma de outros 8 reatores – com o
investimento nesses 12 reatores, a cidade é capaz de dar vazão ao esgoto gerado
por até 1 milhão de habitantes. Atualmente, 96% do esgoto coletado em
Uberlândia vão para essa grande estação de tratamento. O restante, para outras
duas estações de tratamento menores.
De acordo com Honorato, o segredo para
alcançar a universalização do saneamento básico está nos investimentos
contínuos e na vontade política. “Há 8 anos existe uma vontade política muito
grande para solucionar o saneamento básico na cidade. Uma série de projetos vem
sendo realizada desde então”. Nos últimos três anos, o Departamento Municipal
de Água e Esgoto de Uberlândia, prestador de serviços de saneamento básico no município,
investiu aproximadamente R$ 120 milhões nestes serviços.
Se a prefeitura tem consciência da importância
dos serviços de saneamento básico, a população também a tem e entende como os
serviços impactam na sua qualidade de vida e saúde. Além de contar com uma
série de parques lineares no município – por conta dos investimentos na
proteção das nascentes – os números de internações por doenças relacionadas ao
saneamento básico inadequados vem caindo desde 2002. Segundo Honorato, o índice
de internações por cada 100 mil habitantes foi de 31,9% em 2011. Ele afirma
ainda que as pesquisas de satisfação feitas pela empresa junto a população
apontam um índice de satisfação de 90%. “Estamos sempre comunicando a população
as melhores que estão sendo feitas e a sua importância”, diz.
Tantos investimentos e melhorias só se tornam
possíveis com muito planejamento. O município conta com plano diretor de água e
esgoto e agora trabalha para apresentar o Plano Municipal de Saneamento Básico,
para cumprir com a legislação vigente (Lei 11.445/07). A próxima fase é
apresentar o Plano a população através das audiências públicas. Para Honorato,
o Plano é de extrema importância para o município: “Através do Plano Municipal
pudemos reavalizar todas as situações e estabelecer novas diretrizes da
política de saneamento do município, bem como novas metas e indicadores”,
conclui.
Fonte: Instituto Trata Brasil
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