A Organização Mundial da Saúde
considera que cada pessoa precisa de pelo menos 40 litros diários de água, para
beber, tomar banho, cozinhar e outras necessidades. Atualmente, mais de 1,1
bilhão de pessoas já não contam com este mínimo.
A pegada ecológica do
ser humano, índice que mede a sustentabilidade ambiental com base na demanda de
recursos naturais renováveis, aumentou em 70% desde 1970 (5% a mais do que o
crescimento populacional) e é hoje de 2,2 hectares por pessoa num mundo que só
dispõe de 1.8 hectares por pessoa, ou seja, foi consumido 20% a mais do que
existe, o capital natural está diminuindo e pode acabar. O Índice Planeta Vivo
que mede tendências populacionais de espécies silvestres, mostra que em 30 anos
houve uma redução de 40% na fauna.
As espécies aquáticas (água doce) reduziram-se
pela metade, as marinhas em 30% e as terrestres também em 30%. Segundo o WWF,
isso é provocado pela crescente demanda por alimentos, fibras, energia e água,
assim como pelos métodos não sustentáveis de produção, afirma Vininha F.
Carvalho, editora da Revista Ecotour News.
Componente bioquímico dos seres vivos e elemento
presente em todas as etapas da evolução da civilização humana, a água compõe
70% da Terra. Apenas 3% são de água doce e, desse total, 12% estão no Brasil. A
agricultura é o maior consumidor da água doce: 70% da água doce são usados para
irrigação. O brasileiro tem cerca de 5% da sua pegada hídrica em casa, com
consumo de água na cozinha e no banheiro, e 95% estão relacionados com o que
compra no supermercado, especialmente com produtos agrícolas.
“Embora o Brasil seja o país com a maior reserva
hídrica do planeta, em muitas regiões já existe conflito pelo uso da água. Além
disso, o crescimento da economia brasileira deve aumentar significativamente o
uso da água nas diversas atividades produtivas, o que demanda uma gestão
ambiental mais comprometida com a preservação deste precioso líquido”, enfatiza
Vininha F. Carvalho.
A Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução
afirmando que a água e o saneamento são direitos essenciais e pediu que os
governos intensificassem os esforços para sanar essas carências. Ainda segundo
o estudo da ONU, o futuro sem água já não está mais tão distante quanto
pensávamos, se o desperdício continuar da maneira como está, 5,5 bilhões de
pessoas poderão não ter acesso à água limpa em 2025.
A maior parte da população não faz ideia da
quantidade de água desperdiçada em hábitos diários, como escovar os dentes,
tomar banho, lavar calçadas, jardins e carros. Um dos pontos que merece
destaque, por exemplo, seria o hábito de lavar a casa e o quintal. Para se ter
uma ideia do tamanho do desperdício, uma mangueira comum de uso residencial,
com três quartos de polegada, gasta 600 litros de água a cada trinta minutos, o
equivalente a quinze vezes o que uma pessoa deveria consumir por dia.
A Organização Mundial da Saúde considera que
cada pessoa precisa de pelo menos 40 litros diários de água, para beber, tomar
banho, cozinhar e outras necessidades. Atualmente, mais de 1,1 bilhão de
pessoas já não contam com este mínimo. No Brasil gasta-se cerca de cinco vezes
mais água do que o necessário. O consumo é de cerca de 200 litros por dia por
pessoa. Este desperdício todo preocupa, afinal, o ser humano é capaz de ficar
60 dias sem comer, mas só resiste cinco sem água.
“Precisamos encontrar
formas sustentáveis, limpas, inteligentes e eficientes de usar a água para
produzir energia, e também de usar a energia para produzir água potável.
Diversas ações em favor do melhor uso da água têm sido colocadas em prática,
mas insuficientes para garantir o abastecimento da população nas próximas
gerações”, conclui Vininha F. Carvalho.
Fonte: Dino