Angola (Africa) foi
eleita a sede para as celebrações do Dia Mundial do Meio Ambiente, em 2016. O
motivo dessa nomeação simbólica foram as medidas governamentais do país para
conservar e reconstruir a população de elefantes. Essa decisão, tomada pelo
próprio governo e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA),
reflete o tema estipulado para este ano: “a luta contra o comércio ilegal de
animais silvestres”.
"O comércio ilegal
de animais silvestres, especialmente o comércio de marfim e chifre do
rinoceronte, é um grande problema no nosso continente. Ao sediar este dia de
celebração e sensibilização, pretendemos enviar uma mensagem clara de que tais
práticas serão, em breve, erradicadas", avalia a ministra do Meio Ambiente
angolana, Maria de Fátima Jardim.
Para 2016, o tema
abordado será a luta contra o comércio ilegal de animais silvestres. Esta é uma
questão de particular importância em Angola, onde a caça furtiva ameaça os
esforços para reconstruir uma população de elefantes dizimada por uma guerra
civil de décadas, que começou em 1975.
O número de elefantes
mortos na África anualmente soma mais de 20 mil por ano, em uma população de
420 mil a 650 mil. De acordo com informações da Publicação Oficial da Academia
Nacional de Ciências dos Estados Unidos (Proceedings of the National Academy of
Sciences), 100 mil elefantes foram mortos entre 2010 e 2012.
Em toda a África, mais
elefantes foram mortos nos últimos anos do que morreram de causas naturais, e
para os elefantes da floresta na África Central e Ocidental, a população
diminuiu a uma estimativa de 60% entre 2002 e 2011.
Relatórios oficiais
mostram que 1.215 rinocerontes foram caçados ilegalmente na África do Sul só em
2014, o que significa que um rinoceronte foi morto a cada oito horas. O
envolvimento de sindicatos organizados aumentou a caça furtiva de menos de 20,
em 2007, para mais de 1000 na África do Sul, em 2013.
No início deste ano, a
Angola também se comprometeu a revisar o Código Penal a fim de criar punições
mais severas para os caçadores
ilegais, como parte dos esforços para reverter o dano causado às populações de
vida selvagem.
O Grande Censo de
Elefantes, primeiro levantamento aéreo das já conhecidas manadas, está em
andamento em uma tentativa de construir uma imagem mais clara da população na
Área de Conservação Transfronteiriça Kavango
Zambezi (KAZA). As informações coletadas serão utilizadas no
programa do governo de inventário de elefantes e para a conservação dos
habitats selvagens na área e da província de Cuando-Cubango.
O Diretor Executivo do
PNUMA, Achim Steiner, disse: "Esse ano, vimos passos significativos no
combate ao comércio ilegal de animais silvestres, incluindo a primeira
resolução das Nações Unidas sobre o tráfico de animais selvagens, que apelou
para que o assunto seja tratado como um crime grave, tanto a nível nacional
como além das fronteiras. O Dia Mundial do Meio Ambiente 2016 vai destacar
esses esforços em um país que se comprometeu a eliminar essa prática. O PNUMA
aguarda com expectativa a parceria com a Angola para aumentar a conscientização
sobre o problema e acelerar a ação que vai proteger espécies, ecossistemas e
meios de vida da extinção."
O Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, foi
estabelecido durante a primeira Assembleia Geral das Nações Unidas sobre o
Ambiente Humano, a Conferência de Estocolmo, realizada na mesma data em 1972. O
principal objetivo da comemoração é alertar a população mundial para os
problemas ambientais e conscientizar sobre a importância da
preservação do meio ambiente.
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